Contribuição.


O livro que escrevi não é destinado somente à pacientes oncológicos e não trata só de câncer. Não é à toa que o subtítulo é “reflexões que o câncer e outras situações complexas podem despertar em nós”, pois além dessa e de outras doenças complexas, muitos podem ser os fatores e acontecimentos capazes de nos desestabilizar a ponto de mudar paradigmas e afetar nossa postura no mundo. E me interesso por processos de transformação, em geral, mais do que por uma das razões possíveis.
Desde que comecei a falar da minha experiência e sobre o que venho criando a partir dela, os conteúdos que estudo, desdobramentos, conexões, trocas e aprendizados, parte disso materializado em formato de livro e de textos que seguem sendo escritos, sempre tive clareza de que não queria focar somente no tema câncer. Admiro quem se dedica a isso exclusivamente, algo de extrema relevância, mas minha escolha é por investigar como, a partir de situações delicadas, podemos desencadear transmutações tão representativas, que nos levam para condições novas e até mais favoráveis, ainda que a custo de muita dor. A busca pelo aprimoramento parece ser o que dá sentido à vida, mas isso nem sempre é suave, não é mesmo? Eu sei, você também sabe.
Uma amiga me mandou mensagem recentemente agradecendo pelas "reflexões poderosas" que o livro a proporcionou, especialmente em tempos de pandemia. Eu transbordei de alegria por que me senti realizada ao saber que o que penso comoveu mais alguém, trazendo alento. E essa é a intenção, afinal uma pandemia é motivo mais que suficiente para desestabilizar a gente! As certezas estremecidas, o mundo em alerta e o futuro incerto, quer cenário mais crítico? Mas pude inspirá-la com a minha verdade, e saber disso renova minha esperança também.
Isso é o que me move. Não tenho respostas, convicções, clareza ou confiança inabalável. Tenho medo, isso sei que tenho. Mas não é por que estou insegura que não posso buscar amparar alguém e, com algumas dessas reflexões, o motivar a seguir persistindo. 
Dar minha contribuição, ainda que me sinta vulnerável, por acreditar que, a partir de uma situação tão complexa como essa (que é uma doença mas é muito mais, é uma crise sistêmica e global), podemos evoluir. Isso me interessa, e me impulsiona. E não falo da crença ingênua de que o mundo será muito melhor quando a pandemia passar pois teremos nos iluminado e blá blá blá, falo de que, quando a gente se ajuda e ajuda o outro a encontrar razões para acreditar aí sim a gente, enquanto humanidade, tem jeito.
Flores não saem da minha cabeça, já percebeu, né? Até na capa do meu livro, que é linda de viver.
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