Densidade.

 

Tem a lua cheia e azul, tem o dia das bruxas (amo/sou), tem o outubro rosa, tem um vírus, tem uma pandemia, tem a época que refaço todos os meus exames e depois vem as consultas para saber seus resultados, tem bozonaro e seus absurdos, tem fogo na mata, tem resgates importantes e reapropriações, tem medo, tem potência, tem mais uma tantada de coisa que aqui nem vai caber e eu nem sei por onde começar e nem quero.

Densidade.

É hoje 31 e tá sendo, e tem sido, e o momento é tenso, mas também fértil. Peço à Deuse direto que me oriente no meio desse caos todo que chamamos vida, pra eu me distrair o mínimo possível e necessário com aquilo que pouco contribui com a emancipação minha e de outros seres, que eu já escolhi servir a isso.

Convicta que a vida tá acontecendo aqui, e cada vez mais comprometida e liberta dessa porta da esperança ilusória que é rede social virtual, danço pagã a dança que tira os véus. Sem seguir o estereótipo clássico da feiticeira, que é da minha natureza subverter.

No meu ritmo, sou eu a criadora-intérprete de mim. Uma construção autoral mas que não se faz isoladamente, é um corpo no mundo.

Bailo bruxa-benzedera aprendiz, mas sem grandes sacrifícios por que paira uma paz e uma certa verdade e uma verdade certa de que venho sendo conduzida, por que não é sobre ego e currículo, é sobre o poder do feminino que na sua imensidão nos ultrapassa e banha tudo, e vai se manifestando inevitavelmente em quem e onde existe abertura e predisposição. Sou canal.

Silêncio e som, riso e lágrima, dor e prazer, aqui é intensa por que todo dia eu escolho estar viva por que eu quero estar viva por que eu amo estar viva e, enquanto isso se sustentar, gozarei da oportunidade.

Tem uma força criadora de possíveis tão enorme em você também.

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